Meryl Baby

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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Meryl Streep, em "O Doador de Memórias"

    Crítica: "O Doador de Memórias"



            Assim como algum tempo atrás vampiros e lobisomens eram os temas mais comuns nas mídias voltadas a adolescentes, agora a sociedade distópica é a nova moda para esse mesmo publico.
               Adaptações literárias sempre foram uma constante no mundo do cinema, e como a  indústria gosta de apostar no que é certo, se uma foi bem, é natural que os derivados consigam de se dar bem também. Vindo de uma leva de adaptações de sucesso, O Doador de Memórias (The Giver, 2014) chega um tanto quanto atrasado para se juntar aos seus colegas do gênero da distopia.
               O filme O Doador de Memórias, adaptado do livro homônimo, que foi escrito 21 anos atrás, traz o universo ao qual já estamos acostumados: sociedade pós colapso, aqui chamado de “A Ruína”, que se reergueu e agora vive em paz e harmonia forçadas por um governo totalitário que supre as memorias do passado e as emoções de seus cidadãos com o intuito de padroniza-los para evitar possíveis conflitos. Se a temática do filme é essencialmente a mesma de outros aos quais já estamos acostumados, a narrativa deste se destaca dos seus colegas do gênero. Usando nuances de cor para ilustrar o quanto os habitantes dessa sociedade estão perdendo sem suas emoções e memorias do passado, o diretor Phillip Noyce acerta neste recurso visual, apresentando ao publico, tão acostumado com paletas vivas e intensas, uma outra face do cinema. Ele também acerta ao fazer uso de um narrador que conversa com o telespectador e nos leva a acompanhar sua história para então decidirmos se seus meios justificam os fins.
       Tendo vários nomes de peso no elenco, oss personagens principais ficam com jovens desconhecidos do publico. O casal protagonista é interpretado por Brenton Thwaites e Odeya Rush, atores que já tiveram papeis em filmes grandes, porém sem apresentarem destaque. Jeff Bridges (que também produziu o longa) e Meryl Streep, ambos vencedores do maior prêmio da Academia, somam ao elenco, contudo sem acrescentarem atuações memoráveis à trama.
         Em suma, vemos mais uma vez um tema extremamente interessante, que renderia muita discussão, subaproveitado devido a um roteiro raso. A máxima de pensar por si mesmo e ter suas próprias emoções é perfeita para ser trabalhada com o público adolescente que, atualmente, precisa cada vez mais de reafirmações que lhes digam que as diferenças individuais são o que os fazem únicos.
            Então é uma lástima que o filme não use isso para conversar diretamente com a audiência, pois a própria temática do filme sugere que pensemos por nós mesmos, então era de se esperar que o roteiro tentasse tirar interpretações distintas dos expectadores.

             By Kelly Montini
                   em 14/09/2014
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           Bem. Se nos EUA não houve esta proposta, imagine no Brasil, onde os filmes de Meryl Streep não despertam interesse da classe. Os profissionais de Cinema, salvo raras e honradas exceções, não fazem a devida propaganda deles. Concordo que este, "O Doador de Memórias" seria muito bem utilizado para debates, especialmente, com jovens. De um modo geral, a juventude se questiona sobre assuntos mais profundos, mas aqueles que são devidamente habilitados para desenvolver um trabalho assim, não se interessam, por não terem tempo disponível, porque possuem mais de um emprego, considerando-se a exaustão, as salas de aula lotadas por um número absurdo de alunos e, claro, os baixos salários.
         Realmente, é uma pena. Seria um exercício excelente para ambas as partes: A evolução, o crescimento do Ser, como pessoa, é infinito. Melhor ainda quando há troca de informações. Mas, se nos EUA foi assim, aqui...



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