Meryl Baby

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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Entrevistando Meryl Streep (44-C)



            Continuando a entrevista de 1992...         
                                                                     
 
           C: Como sua mãe reagiu quando você decidiu seguir a carreira de atriz?
           MS: " Bom, para início de conversa devo dizer que minha mãe é uma pessoa muito forte, que adora ser o centro das atenções e não tem o menor vestígio de insegurança. Eu, é claro, sou super insegura. Como todo ator, aliás. Isso faz parte da profissão. Mas minha mãe teve todas as dúvidas possíveis. 'Você tem certeza de que quer fazer isso, minha filha?' E eu, bem fanfarrona, confirmei. -Claro, arrumo um apartamentozinho barato em New York e tudo vai ser genial. "
           C: Você, em casa, parece perseguida por suas personagens. Qual o segredo?
           MS: " Não tem segredo, mas... algumas personagens são mais difíceis de ser abandonadas. Estudei Arte Dramática durante 3 anos mas, para dizer a verdade, não sei o quanto isso me ajudou. Cada professor dizia exatamente o contrário do outro. Então, eu acho que é um pouco de cada coisa, mais invenção pura. O que me faz optar por um determinado papel é algo tão epidérmico... É eu estar lendo um roteiro e meu coração disparar exatamente no momento em que o coração da personagem dispara. Eu quero ser aquela mulher porque sei que passo a ser aquela mulher. Desse ponto em diante, na verdade, eu faço muito pouco. E depois, a experiência é tão intensa que não me lembro dos detalhes. Às  vezes as pessoas me perguntam coisas como naquela cena do  Out of África, depois do safári... e você blábláblá. Eu não me lembro da cena mas me lembro perfeitamente de quem era Isak Dineson, minha personagem no filme, o que e como ela sentia.
           C: Por falar em personagem, quais ficaram com você por mais tempo?
           MS: " Lindy Chamberlain, de 'Um Grito no Escuro', porque ela era carregada de desespero. Lindy foi difícil o tempo todo. E Sofie, de 'A Escolha de Sofia'. Ela me visitou durante algum tempo, depois de encerrado o filme. É uma sensação estranha, como uma visita inesperada e nem sempre bem-vinda. "
          C: É verdade que você não gosta de Madonna? Se a resposta for sim, existe alguma razão para isso?
          MS: " É verdade. Ela representa um enorme retrocesso para as mulheres. Eu não sei o que ela realmente é mas, para mim, Madonna é pura autopromoção. E algumas mulheres acham genial que ela esteja ganhando zilhões de dólares. Para mim, o tipo de imagem que ela está projetando para milhões de meninas adolescentes, pelo mundo afora, é crucial. E essa imagem é muito retrógrada e muito conformista. Não traz nada de novo, nenhum desejo de reflexão e progresso. E ela é nosso maior modelo feminino. Eu acho isso muito triste. "
          C: Já que Madonna não serve como modelo, quais são os seus ídolos?
          MS: " A lista é longa e não quero dizê-la porque sei que vou esquecer muita gente. Mas posso contar que me sinto pessoalmente lesada quando atrizes como Vanessa Redgrave e Joanne Woodward e Sissi Spacck e Jessica Lange e Anjelica Huston não fazem filmes tão frequentemente quanto deveriam. "
          
          Meryl já entende de Cinema e Cultura há muitos anos...

2 comentários:

  1. triste que meryl tenha esse pensamento tão antiquado em relação a madonna e ao trabalho dela. a entrevista é de 1992 e pode ser que ela não tenha mais esse pensamento mas se tem é realmente uma pena logo pra ela que é feminista. o bem que madonna fez as mulheres poucas mulheres que já passaram na terra tiveram o prazer de fazer. fiquei decepcionada de ler isso sendo fã incondicional das duas. e acho que não gostar de alguém que não fez nada pra ela é uma coisa muito forte ainda mais vindo de meryl. de qualquer maneira é uma tristeza mesmo que duas mulheres maravilhosas e essenciais pro mundo não possam se dar bem...

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