" É inevitável dizer que Meryl Streep dá um show na pele da não cantora Florence Foster Jenkins, a curiosa personagem pri ncipal do filme "Florence - Quem é essa mulher?", em cartaz na cicade.
Aliás, show é pouco. Ela dá mesmo é um concerto ao repetir a apresentação lírica de Florence que ficou na história do lendário Carnegie Hall, em 1944. Mas esse é (quase) o fim da história...
O começo dela é ainda mais saboroso. A milionária americana ganhou fãs no meio artístico, ou melhor, comprava-os, patrocinando muitos deles que, em troca, fingiam não perceber o desastre artístico que ela oferecia nos palcos. A autopercepção da performer é o que realmente intriga. Ela acreditava tanto que cantava como um anjo que até se vestia como um, em seus recitais. Há fotos na Web.
Enquanto entoava suas não melodias no pequeno clube que bancava, tudo ia bem. Até os críticos eram comprados por seu marido. Só que Florence encasquetou que queria cantar para os soldados que estavam na guerra, e fechou o Carnegie Hall para eles. Deu ruim.
Ela foi esculhambada por um crítico que não se vendeu em troca de elogios, ficou deprimida e morreu meses depois.
A história é tão fascinante quanto o trabalho de Streep. A diva americana nos faz rir e sentir muito por Florence, cuja ilusão a cerca de si mesma só pode ser explicada por um psicólogo.
Errar absolutamente to-das as notas das canções, como faz Meryl no cinema, deve ser necessário treinar muito para ficar tão ruim. "
por Ronald Villardo (15/07/16)
ronald.villardo@oglobo.com.br
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