Nos anos de declínio de Thatcher, tem conversas inteiras com um marido, que não é mais vivo... Isto fez eco, em Meryl...
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"Há certas coisas, sobre este estado, que eu entendo, visceralmente. Em termos de falar, com pessoas que não estão lá... Eu falo com meu pai, eu falo com minha mãe, pelo menos, uma vez por dia, na minha cabeça. O que transparece em nossas mentes é o comportamento louco. À medida em que envelhecemos, isto é, apenas, mais aparente. Somos menos capazes de esconder isto do que quando somos mais jovens..."
- Meryl Streep -
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Com certeza, os laços de família são indissolúveis. Os pais, em especial, são ausências muito tristes porque nos causam uma saudade estranha, de solidão, de vazio. Mas, ao mesmo tempo, não nos descolamos deles, realmente. Somos liames eternos, ao invisível. Parece até que estamos mais próximos! Visto que eles não têm mais a matéria física, não têm mais peso... são etéreos e eternos. Adquirem glória imorredoura. Estamos certos, nós, filhos, de que apenas não os vemos, mas que estão sempre por perto, em nossa companhia. E tudo fica mais fácil. E não necessitamos de falar-lhes porque
eles são voláteis: se estão longe, num átimo, podem estar conosco. Nós não os vemos nem ouvimos mas pensamos neles, imaginando que estão nos observando e rezando por nós. Eles permanecem em nós, pois que somos pedaços deles, possuímos o mesmo DNA...
Meryl está certíssima: falamos com nossos pais, pelo menos uma vez, por dia, em nossas cabeças. E, com o tempo, iremos lhes falar mesmo, em forma verbal, porque em nossas mentes já existe, ainda que, aparentemente adormecido, um comportamento louco. A juventude o esconde mas ele vem à tona, à medida que envelhecemos. E Meryl já compreendeu isto. A inteligência, agregada ao raciocínio íntimo, lógico e livre, nos leva a aceitar os fatos da vida, de forma bem mais leve...
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