A Guerra vem atrevessando milênios, trazida pelo vento, contaminando-o com um bafio fétido de carniça e manchando, com pegadas de sangue e lágrimas, todos os caminhos do mundo.
Retratando os horrores das guerras, a peça "Mother Courage and her Children", de Brecht, foi protagonizada por Meryl, em 2006 e chegou ao Brasil através do documentário "Teatro de Guerra" , apresentado no Festival do Rio, de 2009. Nele estão contidas todas as modalidades de informação, como as opiniões e os ensaios, ao vivo, dos atores, impactados pela real e repetitiva História do Homem, agente catalisador da ignomínia e do holocausto fratricida. Foi como se eles houvessem trazido esta obra prima, pessoalmente, em doloroso silêncio, para nos entregar, em mãos.
Quando Brecht escreveu "Mother Courage and her Children", Meryl nem era nascida! Muitos anos se passaram até que fosse convidada para protagonizar esta mãe. Sendo a "mãezona", que é, de quatro filhos, muito bem criados, ela aceitou, de imediato, o convite, em nome da Paz e do Amor ao próximo, que têm sido sempre as suas eternas bandeiras.
Meryl consegue se superar, o que é incrível! Ela está soberba, em cena, transpirando por todos os poros aquela intensidade habitual e muito suor, porque a peça foi encenada no Central Park, sob um calor de 40 graus.
Sua presença no palco, é muito, muito forte (ouve-se até a sua respiração!), dando-nos a impressão de que, de repente, ela sairá da tela e virá em nossa direção, clamando por justiça para todos aqueles que vivem sujeitos aos horrores da Guerra, olhando, profundamente, para cada espectador em choque, com aqueles seus olhos que transmitem todo o sentimento que existe em sua própria alma, até quando atua, e que a fazem única.
Este filme conservará, para sempre, o intenso calor da interpretação dramática com o qual, a nossa grande Meryl Streep, assumindo, mais uma vez, total responsabilidade sobre seus atos, levanta a pesada bandeira da Paz, do jeito que só ela saberia fazer. Isto, para mim, é heroísmo puro!... E eu amo esse seu coração, cheio de amor. Vida longa à Meryl Streep!
Observação: Meryl permitiu pela primeira vez, que uma câmera acompanhasse seus ensaios.
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