Assim como a Terra, nós somos divididos em dois hemisférios: ocidental e oriental. O lado ocidental é racional, corresponde a nossa mente, aos nossos objetivos, as nossas determinações, à parte material, às vezes dura, às vezes inflexível, porém absolutamente consciente. O lado oriental corresponde plenamente à emoção - tudo o que se refere a sentimento: alegria, medo, ansiedade, admiração, susto, tristeza, mágoa, dor, carinho, revolta, paixão, impactos, de um modo geral, situações inesperadas. Isso ocorre no nosso rosto, especialmente nos olhos, porque "os olhos são o espelho da alma". É folclórico, contudo é a mais pura verdade. Trata-se de um antigo dito popular que, assim como outros, conserva-se através do tempo, esperando que se prove o contrário. Meryl é a verdade definitiva deste fato: ela fala com os olhos. Phyllida Lloyd usa um termo perfeito para isso: "subtexto". Um bom exemplo de subtexto está no filme "Amor à Primeira Vista", exatamente nas cenas finais.
O lado direito de Meryl é o ocidental e o esquerdo, o oriental.
Observe a primeira foto:
Observe a primeira foto:
Nesse momento exato, o rosto de Molly mostra seu estado emocional e a conscientização de que havia perdido, definitivamente o grande amor de sua vida um segundo antes de constatar que Frank estava no mesmo vagão do Metrô. É exatamente isso que ela fala com o olho direito. Seu olho esquerdo aparenta toda a sua tristeza, toda a sua mágoa e um dramático conformismo diante deste fato tão doloroso, para ela.
A segunda foto é a constatação, quase inacreditável, da presença dele no mesmo vagão em que ela está.
Na terceira foto ela passa toda a emoção de amor, exultante de felicidade. Seus olhos estão transbordantes, intensos, gritando o amor infinito de dentro do seu peito, amor este que ela não precisa mais controlar. Através dos olhos, Molly entrega-se completamente a Frank.
É impressionante como Meryl consegue transmitir todas essas mensagens, simplesmente, através do olhar. Isso é possível somente, porque através da sua empatia, da sua emoção e das suas experiências de vida, ela doa uma partícula de sua alma, em definitivo, a cada personagem que interpreta. É a nossa magnífica Meryl Streep!
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