Meryl Baby

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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Meryl Streep, na idade de viver!

                                                                                 

Quantos anos tenho?

        "Tenho a idade em que as coisas são vistas com mais calma, mas com o interesse de seguir crescendo.
          Tenho os anos em que os sonhos começam a acariciar com os dedos e as ilusões se convertem em esperança.
          Tenho os anos em que o amor, às vezes, é uma chama intensa, ansiosa por consumir-se no fogo de uma paixão desejada. E outras vezes é uma ressaca de paz, como o entardecer em uma praia.
         Quantos anos tenho? Não preciso de um número para marcar, pois meus anseios alcançados, as lágrimas que derramei pelo caminho ao ver minhas ilusões despedaçadas, valem muito mais que isso...
          O que importa se faço vinte, quarenta ou sessenta?!
         O que importa é a idade que sinto. Tenho os anos que necessito para viver livre e sem medos. Para seguir sem temor pela trilha, pois levo comigo a experiência adquirida e a força de meus anseios.
        Quantos anos tenho? Isso a quem importa? Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e o que sinto..."

          [José Saramago]

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         Quando li esse texto, senti a lógica de Meryl, nas entrelinhas - e a minha, inclusive! Se é assim que as pessoas adultas se enxergam, não sei... mas é como nós nos vemos: o que importa é a idade que sentimos. 
      Confesso que agora penso assim, mas não era o que ocorria, há 40 anos atrás. Aquelas exuberantes juventudes direcionavam os sonhos que pareciam ventar a nosso favor e, muitas vezes, deturpavam a realidade dos fatos, a verdade das coisas, inexperientes que éramos. 
        As duas histórias, formatadas pelos nossos desejos, transformavam-se em palavras de ordem: fazíamos os planos e suas respectivas regulamentações. Tudo nos parecia tão fácil!... Só mesmo a Vida para posicionar nossos pés, definitivamente, no chão. E os nossos caminhos seguiam, como duas Paralelas: tão semelhantes enquanto distantes. 
         Provavelmente, Saramago fazia parte da nossa "turma". Hoje, todos os seus postulados são os nossos também. É bem possível que tais singulares histórias sejam, na verdade, coletivas. Afinal, é bem aí que nos encontramos, nesse denominador comum: "quantos anos temos? Isso a quem importa? Temos os anos necessários para perder o medo e fazer o que queremos e o que sentimos..." E que Deus nos abençoe.   
   

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