Hum... hoje eu assisti "Um Divã Para Dois" pela trilionésima vez. Acho que nunca poderei me enjoar. Amo esse filme. Amo ver Meryl absolutamente, ela. Não sei não se é um libelo só pelas mulheres do mundo ou se é, em termos, também por ela - sempre fico boiando num mar de dúvidas, sei lá... Alguém, porventura, terá visto o Don demonstrar ciúme?... porque 35 anos é Tempo, minha gente!
Bem, tem coisas que nos escapam. Estou com um cometário do jornal 'O Estado de São Paulo', referente ao filme em questão - meados de agosto de 2012. Um tanto ou quanto ultrapassado, mas interessante.
* * *
" Meryl faz, em filme, coisas que nenhuma estrela classe A de Hollywood fez. "
CRÍTICA: Atriz recordista em indicações para o Oscar vive privilégio em Hollywood.
16 de agosto de 2012 | 20h 31
Cinéfilos de carteirinha talvez se lembrem da cena em que Deborah Kerr veste a camisola para tentar seduzir o marido coroa, em "Movidos pelo Ódio", de Elia Kazan. Kirk Douglas, que é quem faz o papel no filme de 1969, não está interessado porque tem uma amante jovem e sexy – interpretada por Faye Dunaway.
Não é o caso de Tommy Lee Jones em "Um Divã para Dois", de David Frankel. Quando Meryl Streep se põe sexy para o maridão, no quarto ao lado, e ele a despacha, é porque o tesão acabou. Mas ela insiste e arrasta o marido para uma terapia de casais. Steve Carrell é quem faz o terapeuta – sério. O filme, aliás, não é bem uma comédia, embora tenha cenas engraçadas. É mais um drama filmado como comédia.
Meryl é recordista de indicações para o Oscar e este ano ganhou seu terceiro prêmio por "A Dama de Ferro". Ela sempre foi a primeira a se queixar de que a produção de Hollywood privilegia os homens e não oferece papéis a atrizes de ‘certa’ idade. Sua carreira é a prova de que isso não é verdade. Se reclamava, Meryl deve ter parado. É um raro caso de favorita dos críticos que precisou chegar aos 60 anos para arrebentar na bilheteria com "O Diabo Veste Prada" – também de David Frankel – e "Mamma Mia". Com absoluto despudor, Meryl faz, em "Um Divã para Dois", coisas que nenhuma estrela classe A, de Hollywood, fez. Ela ajoelha, e não é para rezar. Pratica com a banana, libera fantasias. Vale tudo para ressuscitar o marido no departamento em que ele parece morto. Cenas de um casamento? Pois é tudo – a transgressão, a ousadia – pela família.
Fonte: Luiz Carlos Merten, do "O Estado de São Paulo"
Nenhum comentário:
Postar um comentário