Foi muito emocionante a reação de Meryl, quando ouviu seu nome, e subiu correndo as escadas do palco, para receber o seu 3º Oscar! Todos se levantaram, aplaudindo-a! Foi um grandioso espetáculo! Puro merecimento! Fiquei emocionada, queria gritar, mas o " Ela ganhou!... Ela ganhou!..." saiu tão rouco e baixo, que pensei ter perdido a voz. Tentei novamente: nada. Na verdade, aquela era a voz do meu coração, se esforçando para ser ouvido. Eu estava com os olhos maravilhados e fixos em Meryl. Eles estavam embassados. Pareciam dois lagos de águas mornas. Eu ria assim, meio abobalhada, com o coração querendo saltar, pela boca, pulando, com aquela súbita rouquidão, que travava a minha alegria, presa na garganta.
Foi um momento grandioso demais! Parecia que o Mundo havia parado e só existia vida ali, naquele suntuoso teatro, lotado de pessoas, em pé, e um som fortíssimo, misto de música e aplausos e sorrisos e lágrimas, de carinhosa admiração, por aquela grande Mulher que, durante tantos anos, enfeitou as telas de cinema e, só então, tivera o direito de ser reconhecida, definitivamente, como a Melhor do Mundo, diante de tantos colegas, amigos, eternos "estagiários", que são, perante o seu incrível Talento! Foi a Apoteose Total, da efervescente Meryl Streep!
Dirigindo-se a toda aquela gente, Meryl agradeceu, muito emocionada, especialmente ao marido que, segundo ela, sempre lhe deu o apoio de que precisava e, sem o qual, não teria chegado até lá! Bem modesta!
E brincava, e tornava a se emocionar, numa alternância de humor, intensa, deixando claro o turbilhão de emoções revolvidas, trazidas à tona, de seu corpo e de sua Alma, nascidas da estagnação longa e forçada, de injustos e intermináveis 30 anos!
Meryl precisava mesmo daquele ano inteiro, de férias, "de gestação", para recarregar todas as suas baterias e, ao retornar, vir com toda a força renovada, para se arremessar adiante, no Tempo, em grande gala, e mostrar, aos "distraídos" e "esquecidos", o mínimo, do que ainda é capaz, para que ninguém se esqueça, de que seu Talento ainda é muito jovem e, portanto, eterno. God save Meryl Streep forever!
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