Meryl Baby

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sábado, 10 de março de 2012

Meryl Streep e os seus olhos-d'água

             Acabei de chegar de mais uma exibição de "A Dama de Ferro". Meu Deus! A Arte, de Meryl, me emociona. Chego às últimas consequências. Ela me levita e me enleva. Não sei em que momento ocorre uma coisa ou outra, mas é a mais pura verdade. Algo me faz sair da realidade e penetrar num espaço fantástico demais, para mim. Em algumas cenas, as quais considero especiais, minha emoção viaja para tão longe que acabo me distanciando dela, o meu Anjo. Quando me volto, em busca da ponta daquele fio, que se rompeu, percebo como é tênue o limite entre a realidade e a fantasia. E fico insegura, com medo de não encontrar o momento crítico em que me enveredei, pelo sonho a dentro, distraída da verdade. Fico atenta, inicialmente, mas corro o mesmo risco de me perder, novamente, de me desgarrar da vida e mergulhar no irreal.

                                                                                
             Meryl não é aquela velhinha, meio trôpega, à deriva nas próprias lembranças, que se misturam, e se perdem, e se encontram, sem mais a organização cerebral, de anos atrás... mas parece! De onde ela tirou todo o sentimento que demonstra? Como pode agir, e sentir, como alguém que ela jamais foi? Como conseguiu reunir dentro de si mesma, todas as características de uma idosa, de quase noventa anos? O que fez com os seus "robustos, intensos e vivos" sessenta e dois? Onde os escondeu? Como conseguiu calá-los?! E as lágrimas... aquelas, da partida de Dennis?... De medo, ela chora e pede que ele não a deixe sozinha, num soluço puro, solitário, inseguro, frágil... Então, caminha para a escada e, atrás dela, aparece o seu nome, "Meryl Streep", como se assinasse, o final de sua mais perfeita Obra.
            Poucas vezes vi os olhos de Meryl tão em evidência...

                                                                                         
             Habitualmente, os filmes não mostram seus belos olhos claros. Estão sempre escuros, meio na sombra... E eles são tão lindos! Quando lacrimosos, viram lagos brilhantes, à luz dos refletores, ou dos flashes... E quando Meryl chora, daquele jeito só dela - meu Deus! - transbordam os meus! Eles me arrastam, com ela, para onde for, presa ao fulgor cristalino dos seus olhos, mais brilhantes do que nunca!... São 'olhos d'água', só que vertendo lágrimas! São muito mais bonitos do que os da terra, de onde nascem as cachoeiras! Porque brotam de Meryl, carregados de sentimento verdadeiro... porque, naquele momento, a Atriz passa a ser, unicamente, a mulher, a quem representa: são 'olhos d'água' nascidos de seu corpo físico e de sua doce alma perfumada!... Infinitamente maravilhosos. 
                        

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