Não sei o que as bicicletas possuem que as faz tão sedutoras. Não há, no mundo, alguém que nunca tenha desejado uma. Para a criança, é muito importante e equivalente ao primeiro automóvel, mais ou menos. É o poder sobre os espaços livres.
Na foto, acima, Meryl deve estar se sentindo a senhora do pedaço, com as outras crianças correndo, acompanhando-a, enquanto ela pedala. No seu rostinho está estampada a alegria de ser a única, em situação privilegiada. Parece-me que a bicicleta é dela...
Quando completei 9 anos, ganhei a minha primeira bicicleta. Era uma linda Monark grená, de aro 26, com rede na roda traseira, freios de mão. Era robusta, pesadona, os punhos de borracha, na cor creme. O guidão era bem largo, com pneus 'balão'.
Era difícil, para mim, inicialmente, pedalá-la, devido ao seu peso. Por causa disso, tomei alguns tombos e bati de frente, com outras bicicletas, e até num poste, dentro da vila, onde eu morava. Eram várias crianças correndo, com suas 'bikes'. Não havia espaço para me desviar, e eu colidia, irremediavelmente. Aliás, eu simplesmente amava correr! Adorava sentir o vento no meu rosto, meus cabelos sendo jogados para trás. A velocidade era, para mim, mais forte que a posse do veículo. Era como ultrapassar o Tempo, era atingir livremente o Futuro. Era voooaaaar!... Eu tinha uma enorme necessidade de me sentir livre. E pedalava em pé, como Meryl, na foto. Pedalando em pé, eu subtraía o peso do meu corpo e a bicicleta desenvolvia mais velocidade. Mas, como era muito pesada, não conseguia freá-la, a tempo: ela derrapava e eu me ralava toda. Houve um período em que meu pai a 'encostou', por 2 meses, para que eu me curasse da "febre da velocidade". Mas ela estava no meu sangue e, só constatei isso, quando fiz prova e obtive a minha carteira de Habilitação de Motonauta, pela Marinha do Brasil: na primeira oportunidade que tive, sentei-me num jet ski e voei, literalmente, nas águas de Cabo Frio. - Até hoje, amo andar de bicicleta... Acho que Meryl também...
Meryl e Don
Quando Meryl atuou, em 'Mamma Mia!', Phillyda Lloyd comentou que ela corria muito, dirigindo aquele velho jipe azul, a ponto das colegas Christine Baranski e Julie Walters ficarem assustadas. Até o carro que ia na frente, filmando as três conversando, teve que sair da frente, de Meryl, e correr também! Do jeito que ela é ativa e cheia de energia, sei lá, de repente ela goste da velocidade... Tomara que esta desconfiança não proceda. Prefiro estar errada do que viver com o coração na boca, preocupada com ela, ao volante... E que Deus a abençoe sempre.
Muito lindinha essa foto dela menina!!! Adorei!!!
ResponderExcluirNão é uma gracinha?...
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