É bom sonhar com Meryl Streep!

                                                                        

             Há pouco tempo atrás, sonhei com Meryl. Não é comum isso me acontecer. Aliás, vivo me queixando dessa pouca sorte. Até comento, com algumas pessoas, este fato. Acho meio injusto. Gostaria de sonhar muitas vezes, já que terei que me conformar em não poder ir além disso.

             Mas a sorte, de vez em quando, me sorri. Ela vem até, meio premonizante. Bem, sonhei com Meryl, novamente! Desta vez, não éramos conhecidas, uma da outra. Mas estávamos lado a lado, surpreendentemente. E, aí está a graça: havia uma exibição, não sei de quê - um jogo, uma exposição... algo assim - que alterou o silêncio da expectadora, minha vizinha à esquerda.             Com o braço esticado, ela apontou para o objeto de sua visão, ligeiramente indignada. Apesar de estar sozinha, chegou a se pronunciar: "não está certo, não é justo!"

             Eu estava acompanhada por uma amiga, acho, mas ela não era visível - coisa de sonho - e estávamos conversando. O gesto e a voz de Meryl atraíram a minha atenção, e olhei para aquela pessoa (eu pressentia que era mulher - coisa de sonho). Vestia jeans - calça e blusão - as mangas dobradas, até quase o meio do braço; a gola, dois botões abertos, deixava ver o colo juvenil, branco-rosado; a pele da mão lisa, ostentando o dorso claro e translúcido, era muito bem tratada, embora não usasse esmalte nas unhas;  o cabelo louro, preso na nuca, caía por cima da gola; usava óculos de grau, por onde se viam os olhos verdes; sandálias pretas, plataformas; maquiagem leve, batom rosa... e suave fragrância. 

            Tomei um choque: era muito bonita. Ao virar-me para ela, olhou-me séria e continuou a falar e eu tratei de concordar, procurando esconder o meu choque emociona. Ficamos assim por uns quinze segundos, talvez, e acordei, sentindo o coração querendo sair pela boca. Fiquei um tempo olhando para o teto, mas mas feliz..

 

           Foto: Meryl, hoje, "Opening Reception"