Estou feliz. Crítica de alto nível. E que tudo isto se transforme na mais linda realidade.
Meryl é Sublime.
*****************************************************************************************Meryl é Sublime.
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Meryl arrasa e vai ganhar o Oscar
"A primeira vez que eu li a notícia e vi a foto de Meryl Streep como Margaret Tatcher fiquei tão impressionado que na hora comentei: é com este que ela vai ganhar seu terceiro Oscar. Ontem, quando eu finalmente vi seu trabalho, numa tela grande de cinema como ela merece, fiquei mais que impressionado.
Em A Dama de Ferro ela tem o melhor, o mais completo, mais bem realizado trabalho de sua longa e bem sucedida carreira. É uma coisa impressionante, mesmo para o alto padrão de Meryl, que nunca está ruim e com frequência fica excelente. Mas o que fez aqui é excepcional, antológico e se não derem o prêmio é porque enlouqueceram.
Na sessão da tarde de domingo ela foi aplaudida ao final, coisa rara. Mais do que merecido, é um show da atriz que mantém o recorde de número de indicações (ou seja, pensando bem, ela é a atriz que mais perdeu no Oscar, foi indicada 16 vezes, ganhou duas, ou seja, perdeu 14 vezes!!!). Este deve ser seu terceiro Oscar, número raro na Academia, mas temos o exemplo de Katharine Hepburn que teve quatro e sempre interpretou uma variante de si mesma.
Todo mundo gosta de Meryl que, já disse várias vezes, é o ídolo dos atores americanos e tem uma carreira mais longa do que muitas estrelas, como Bette Davis, que já estava velha aos 40 anos (só novamente perde para Kate). Além disso, Meryl é uma figura encantadora, bonita pessoalmente e todo jornalista gosta de sua humildade, seu amor, sua falta de pretensão.
Ela é um encanto e mergulha de cabeça na caracterização desta mulher forte e difícil que foi durante dez anos a primeira-ministra da Inglaterra, pelo Partido Conservador que, imaginem o absurdo, preferiu perder o poder para nunca mais recuperá-lo do que ficar sob o jugo daquela mulher autoritária, dura, sem clemência ou gentilezas, e o que é pior, já começava a dar seus sinais de demência.
O grande achado do filme é contar a história desde quando Margaret já está velha, sofrendo de uma forma de Alzenheimer, sofrendo alucinações, o marido já morto fica o tempo todo conversando com ela até quando, com seu gênio infernal, resolve mandar seu fantasma embora.
É incrível como com a ajuda de uma excepcional maquiagem, que deve levar o um merecido Oscar (ao contrário do que fizeram com Di Caprio em J. Edgar, cujo resultado ficou ridículo). É algo semelhante ao de Marion Cottilard em Piaf, em termos de trabalho porque deve ter sido muito difícil colocar todo aquele make no rosto da atriz. Ou seja, o filme começa e termina com Meryl velha, e maior parte do tempo mostra ela tentando lidar com a velhice, o filho que não lhe dá atenção, mora na Austrália, a filha que a visita, mas não quer muito compromisso, e sua luta para disfarçar a doença.
Aos poucos vamos conhecendo essa jovem quando começa sua carreira política, era filha de um dono de mercearia! Seu romance com o marido (claro que quando jovens são vividos por outros atores que pouco acrescentam).
Passamos por sua rejeição inicial, sua batalha para se impor, sua eleição polêmica, sua participação na Guerra das Malvinas, sua ação política que era nada política, desculpe o trocadilho, mas se há um vilão no filme são os próprios políticos, o partido, falso, traiçoeiro, autodestrutivo.
Talvez a única parte discutível do roteiro seja a dúvida que fica se conseguiu dar uma visão imparcial de sua gestão, já que o seu trabalho como ministra é bastante discutível. Essa é outra história que deixa nas mãos dos mais versados em política.
Eu louvo o trabalho de Meryl, que acho magnífico ao construir uma figura humana, que nunca cai em excessos ou caricatura, um retrato de um político que nunca se torna uma elegia ou a torna santa. Ah, eu também gostei do roteiro, da direção, e naturalmente do elenco de apoio. Mas desta vez Meryl depende pouco deles. Apesar de tão completo, é trabalho também discreto, a ponto de esquecermos que é ela que estamos vendo, mas própria Margaret.
As concorrentes deveriam desistir e já entregar direto o prêmio para Meryl. Michelle Williams, coitadinha, que faz um trabalho defensável como Marilyn (mas só isso) devia assistir ao filme todos os dias para aprender um pouco mais como se faz uma biografia, como se dá vida a uma pessoa real e no caso ainda viva. Bravo!"
Rubens Ewald Filho
(na íntegra)
9 janeiro 2012 às 15:23
Maravilhoso a forma poética q vc descreve essa mulher incrível!!!!!!!!
ResponderExcluirQue bom que vocês gostam! É sinal de que adoram a Meryl! E eu fico muito feliz!
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