Em 04/09/2009, Meryl falou para o Jornal Correio da Manhã. Ela estava quase completando 60 anos e todo mundo achava que iria fazer história, ao conquistar o seu 3º Oscar, com "Dúvida", excelente filme, onde Meryl trouxe à tona, mais uma vez, o seu supremo talento.
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CM: A sua personagem (Irmã Aloysius) tem um conflito de autoridade com o padre Flynn (interpretado por Seymour Hoffman). Como vê esta partilha de poder?
MS: A Irmã Aloysius é uma mulher muito autoritária mas, não é ela quem manda, tem superiores hierárquicos. Como é inferior a Flynn, tem que o apanhar com suas armadilhas. Como é uma pessoa que acredita na Confissão, força-o a confessar algo.
CM: Como é que você lida com a dúvida? Também existe na sua carreira?
MS: Sim, claro, sou atriz! Eu suspeito de tudo e de todos! (risos)
CM: Diria que é uma pessoa religiosa?
MS: Não diria isto. Não sou religiosa mas sinto-me atraída pela espiritualidade das coisas. Sou atraída pelo mistério, pela intriga e por aquilo que não compreendo. É por isto que sou atriz, porque quero investigar a alma humana.
CM: É conhecida por fazer uma pesquisa intensa para cada papel. Este trabalho é tão importante, para você, como a própria interpretação?
MS: Ajuda-me muito, na representação, com a defesa da personagem. Quando tenho toda esta vida , por detrás, é quase como se me tivesse alimentado, para esta cena.
CM: Não parece muito afetada pela fama...
MS: Afetou-me muito e afetou muita gente, ao meu redor... Mas eu não vivo uma vida de glamour.
CM: Sente também isto com todas as nomeações e prêmios que ganha?
MS: Há muitos prêmios mas, poucos interessam, realmente. Os prêmios são o reconhecimento do nosso trabalho e sinto-me fabulosa, sempre que sou nomeada.
CM: E quando não ganha?
MS: Eu já senti esta sensação muitas vezes, até porque o último Oscar que ganhei foi há 26 anos (A Escolha de Sofia). Eu perdi mais Oscares do que qualquer ator. Por isto estou muito habituada.
CM: Quando olha para trás e para os seus filmes, sente que alterou o seu estilo de representação?
MS: Bem, nesta altura, provavelmente, era mais bonita... (risos) Mas não costumo olhar para trás, ainda que, às vezes, sinta uma certa nostalgia. Parece que é a vida de uma pessoa diferente.
(Paulo Portugal -Londres)
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A humildade de Meryl é comovente. Ela é a melhor atriz do mundo e, no entanto, sempre se conserva numa posição simples. Não se importa com o fato de que todos vejam que existe por si mesma e do jeito que gosta, independente da aprovação da maioria que costuma julgá-la e criticá-la. Não é uma mulher vaidosa, de natureza, e nem é preocupada com a aparência. Julga que já foi bonita. Não se avalia, hoje, do contrário perceberia o quanto o amadurecimento lhe favoreceu. A quantidade de amigos (fãs), jovens, que atraiu com os seus enormes talento e carisma, não faz por menos, quando não aceita sua idade real. Todos a consideram a mais perfeita atriz, sensual e linda, do alto dos saltos altíssimos, que usa, e dos seus inacreditáveis 61 anos! Vida longa e feliz à maravilhosa Meryl Streep!
CM: A sua personagem (Irmã Aloysius) tem um conflito de autoridade com o padre Flynn (interpretado por Seymour Hoffman). Como vê esta partilha de poder?
MS: A Irmã Aloysius é uma mulher muito autoritária mas, não é ela quem manda, tem superiores hierárquicos. Como é inferior a Flynn, tem que o apanhar com suas armadilhas. Como é uma pessoa que acredita na Confissão, força-o a confessar algo.
CM: Como é que você lida com a dúvida? Também existe na sua carreira?
MS: Sim, claro, sou atriz! Eu suspeito de tudo e de todos! (risos)
CM: Diria que é uma pessoa religiosa?
MS: Não diria isto. Não sou religiosa mas sinto-me atraída pela espiritualidade das coisas. Sou atraída pelo mistério, pela intriga e por aquilo que não compreendo. É por isto que sou atriz, porque quero investigar a alma humana.
CM: É conhecida por fazer uma pesquisa intensa para cada papel. Este trabalho é tão importante, para você, como a própria interpretação?
MS: Ajuda-me muito, na representação, com a defesa da personagem. Quando tenho toda esta vida , por detrás, é quase como se me tivesse alimentado, para esta cena.
CM: Não parece muito afetada pela fama...
MS: Afetou-me muito e afetou muita gente, ao meu redor... Mas eu não vivo uma vida de glamour.
CM: Sente também isto com todas as nomeações e prêmios que ganha?
MS: Há muitos prêmios mas, poucos interessam, realmente. Os prêmios são o reconhecimento do nosso trabalho e sinto-me fabulosa, sempre que sou nomeada.
CM: E quando não ganha?
MS: Eu já senti esta sensação muitas vezes, até porque o último Oscar que ganhei foi há 26 anos (A Escolha de Sofia). Eu perdi mais Oscares do que qualquer ator. Por isto estou muito habituada.
CM: Quando olha para trás e para os seus filmes, sente que alterou o seu estilo de representação?
MS: Bem, nesta altura, provavelmente, era mais bonita... (risos) Mas não costumo olhar para trás, ainda que, às vezes, sinta uma certa nostalgia. Parece que é a vida de uma pessoa diferente.
(Paulo Portugal -Londres)
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A humildade de Meryl é comovente. Ela é a melhor atriz do mundo e, no entanto, sempre se conserva numa posição simples. Não se importa com o fato de que todos vejam que existe por si mesma e do jeito que gosta, independente da aprovação da maioria que costuma julgá-la e criticá-la. Não é uma mulher vaidosa, de natureza, e nem é preocupada com a aparência. Julga que já foi bonita. Não se avalia, hoje, do contrário perceberia o quanto o amadurecimento lhe favoreceu. A quantidade de amigos (fãs), jovens, que atraiu com os seus enormes talento e carisma, não faz por menos, quando não aceita sua idade real. Todos a consideram a mais perfeita atriz, sensual e linda, do alto dos saltos altíssimos, que usa, e dos seus inacreditáveis 61 anos! Vida longa e feliz à maravilhosa Meryl Streep!
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