Meryl Baby

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sábado, 9 de abril de 2011

Meryl Streep: a vida continua...



          Em 12 de março de 1980, após a morte de John Cazale , Meryl se sentiu "vazia e apagada". No mesmo mês, ela deu uma entrevista ao Ladie's Home Journal, onde afirmou, muito triste: "A morte de John ainda está presente, dentro de mim. Não posso e nem quero esquecê-lo. Não importa o que façamos, a dor fica sempre dentro de nós, em algum ponto nos impulsionando, nos fazendo ir adiante."
          Os pais de Meryl, preocupados com a filha, mandaram seu irmão, Terceiro, para cuidar dela e protegê-la. Enquanto durou a doença de Cazale, Meryl quase não saía do apartamento onde moravam. Terceiro passou a levá-la a todas as reuniões que aconteciam. Seus amigos, escritores, atores, pintores, dançarinos e escultores faziam o possível para que Meryl se animasse, entre eles estava Don Gummer.
          Meryl cometeu, segundo ela própria, "o maior erro de sua vida": deu entrevistas ao New York Times Magazine para um longo artigo biográfico, onde falava sobre seu amor a Cazale e o trágico fim do romance. (Vivenciando tal situação, é comum que a pessoa sinta uma imensa vontade de falar sobre o ente querido, que faleceu como se, assim, conseguisse mantê-lo vivo, por mais algum tempo, na sua lembrança e no seu coração.) Com o sucesso recente, em "Holocausto", Meryl tornara-se popular: "daí em diante, os repórteres não me deixaram mais em paz. É tão desagradável falar sobre isto. Por isso decidi que não falaria mais no assunto, e se insistiam, falava por alto, mas estas coisas ditas de forma reduzida ficam ainda mais dolorosas." Nesta época, Meryl gravou seus depoimentos, em vídeo, para uma série sobre doentes terminais: "achei que era meu dever para com as pessoas que estavam nesta situação. Gostei de ver minha experiência publicada, pois me dava uma sensação de libertação, de poder, ao menos uma vez, deixar a alma falar."
          Uma antiga companheira de John exigiu que ela abandonasse o apartamento. Meryl comentou: "Em apenas 3 semanas, não só perdi John, mas também o nosso lar." Era impossível, em apenas uma semana, arranjar outro apartamento. Então, Don Gummer, o amigo de Terceiro, ofereceu a Meryl seu ateliê em Soho, para que ela deixasse suas coisas. Meryl fez às pressas uma mudança e voou para Washington D.C., onde iniciaria as filmagens de"A Vida Íntima de Um Político".
          O tempo que se seguiu à morte de John foi horrível para Meryl, que assim se referiu às filmagens com Alan Alda, em "A Vida Íntima de Um Político": "Foi um período egoísta, um tempo de cura." Todos a ajudaram. Jerry Schatzberg disse que temia que o filme exigisse demais dela, depois de tudo o que aconteceu, mas ela me surpreendeu. 
          Enquanto trabalhava, Meryl se ocupava, procurando um novo apartamento. Mas como não encontrou, Don Gummer ofereceu seu ateliê para que ela morasse enquanto ele estivesse na Europa. Tornou-se notória a semelhança entre ambos: ambos prezavam sua independência e sua liberdade; ambos tinham na família todo apoio as suas ambições artísticas; e nenhum dos dois queria qualquer tipo de ajuda financeira dos pais. 
           Quando Don retornou da Europa, ofereceu à Meryl um pequeno quarto do apartamento, onde passaram a morar juntos. "Vinte minutos depois, estávamos casados", brinca Meryl. Na verdade, antes disto, moraram juntos por quase dois meses... 

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