Meryl Streep e o Brasil

           Em 5 de novembro de 2010, Meryl fez uma palestra na Universidade do Texas. Foi um sucesso incrível e, por sinal, já esperado. Ela disse aos alunos de Teatro e Dança: "O melhor para vocês é estabelecer prioridades. Para mim, como atriz, as coisas que realmente importam mais são periféricas a sua atribuição de prêmios ou às peças que eu faço. Realmente, o objetivo de sua vida é ser um bom ser humano e, quanto mais você souber tudo, um pouco de tudo, tanto mais você compreenderá o mundo ao seu redor."

          A Universidade do Texas, a maior do ensino público dos Estados Unidos, oferece um estudo da cultura latino-americana, especialmente, o Português. É, o Português, minha gente! Isto não é ótimo? Tanto nos cursos regulares quanto nos de curta duração. Os cursos de verão são bem disputados, até mesmo um simples workshop de Língua Portuguesa! A UT é enorme, com 50 mil alunos. O departamento de Português é o maior, dos Estados Unidos, provavelmente o maior do mundo, fora dos países de Língua Portuguesa. Só a grandiosa Biblioteca do Congresso possui maior acervo de títulos brasileiros, dos Estados Unidos. A biblioteca da UT vem logo em segundo lugar.

          Na UT ainda tem o Performing Arts Center que convida artistas brasileiros para shows e palestras (Caetano Veloso e Gilberto Gil).  Segundo Joe Randel, o Português é mais interessante pela musicalidade. Os brasileiros têm muito mais música em suas vidas que os americanos.

          Neste caso, penso que Meryl é mais brasileira que americana porque adora música. Ela diz que a música, os sons atingem a alma, os sentimentos. Ela dança lindamente e canta mais lindamente, ainda. Sua voz é doce e melodiosa. Faz-me muito bem ouvi-la cantar. Quando foi entrevistada, na Grécia,  por Maria Cândida, para o Domingo Espetacular, da Rede Record, comentou, também, que adora cantar e que, na época das filmagens de "Mamma Mia!", era considerada Dancing Queen. "Toda mulher é uma Dancing Queen.", disse.

         Joe Randel, diretor do Performing Arts Center, diz também, que a grande dificuldade do estudo do Português são os verbos irregulares e as novas gírias. Eles são ensinados através de programas de televisão brasileiros e vídeos do Youtube, usados em sala de aula. 
         Meryl, na França, confessou: " La Gramaire française est très difficile." E o Francês é muitíssimo parecido com o Português! Até pensei nos meus vídeos, feitos em parceria com Virgínia, que são homenagens nossas à Meryl, contém músicas de compositores, cantores e grupos musicais brasileiros (Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso, Vinicius de Moraes, Ivan Lins, Guilherme Arantes, Beto Guedes, Roupa Nova...), inclusive os vídeos instrumentais, como Aquarela do Brasil, de Ari Barroso, e Tico Tico no Fubá, de Zequinha de Abreu, que são orquestrados pelo grande e saudoso Ray Conniff.

         Nos últimos anos, o Brasil entrou muito em evidência, nos Estados Unidos. Muita gente se aproxima do Brasil, por algum aspecto e acaba encantado pelo país, querendo aprender o seu idioma. Meryl disse à Maria Cândida, que queria conhecer o Rio, São Paulo e as florestas brasileiras, pois seus amigos, que as conheceram, disseram-lhe " que  são  mágicas..."  (Com toda sinceridade, quando Meryl falou sobre o Brasil, tive uma sensação maravilhosa de que ela estava a um palmo de mim... Muita emoção!)

         Hoje se pode dizer que estudar Português, nos Estados Unidos, é cool. É uma gíria que Meryl costuma falar, e quer dizer legal, moderno.
         Tomara que, por todos estes motivos, ela venha ao Brasil e claro, eu possa vê-la, dar-lhe um abraço, um beijo e dizer-lhe:  Obrigada, Meryl, por tudo e, principalmente, por você existir.

           

         Apoio: "O Português no Texas" - Revista Língua - páginas 52 e 53