Meryl Baby

Meryl Baby

quarta-feira, 30 de março de 2011

O fenômeno Meryl Streep

         
           Quando Meryl estudou no Vassar College, chamou a atenção quando se apresentou no drama "A Senhorita Julia". Todas as pessoas presentes notaram que aquela jovem Streep estava como "iluminada por dentro".

           Logo depois de obter o diploma, Meryl viajou para Vermont, onde se engajaria no pequeno grupo teatral Green Mountain Guild. Isto lhe fez muito feliz porque era terrível a situação de emprego para os jovens atores.
          Mas seus ganhos semanais mal davam para sobreviver ("Numa semana ganhei 48 dólares, e a nossa sorte era morarmos numa velha e confortável casa, cuja dona praticamente nos 'adotou', por amar a arte.") . Meryl, então, mudou-se para Bernardsville e empregou-se como servente. Resolveu se matricular na Yale Drame School, onde ficou por 3 anos, tendo recebido uma bolsa de estudos. "Depois que entrei, não tinha como sair." Quando os professores de Yale notaram o seu talento, passaram a exigir dela o máximo. E nestes 3 anos, Meryl trabalhou em mais de 40 produções, entre elas: O Pai, de Strindberg; Sonhos de Uma Noite de Verão, de Shakespeare; Final Feliz, de Brecht e O Anjo de Pedra, de Tennessee Williams.

         Robert Lewis, um dos professores de Meryl, relembra, em especial, sua atuação, na peça de Williams: "Foi, sem dúvida, a melhor interpretação de Alma, que eu já vi. Meryl despertou em mim a sensação de espanto e uma impressão que nunca tive, assistindo ao trabalho de um aluno. Era como se diante de nós estivesse uma pessoa real e não um personagem. Quando Meryl entrou em cena, desejei que o próprio autor estivesse ali para ver." 
        Meryl, estudando e trabalhando, logo começou a emagrecer e a ter fortes dores no estômago. Diagnóstico: úlcera. "Vivia cansada e nervosa. Sempre havia alguma coisa esperando para ser feita.", disse.
         Em pouco tempo, ela era a estrela da companhia do curso, e conquistava críticos, produtores e fãs. Os maiores aplausos eram decorrentes de sua veia cômica pois, sempre que podia, gesticulava e agia como um palhaço, como fez ao interpretar a octogenária louca, Constance Garnett, na farsa O Idiota Karamazov: quando os aplausos finais cessavam, ela rodava em sua cadeira de rodas, no palco, gritando: 'Vão para casa! Vão para casa!' e simulava um ataque cardíaco. Primeiro, todo mundo ria mas, depois, o silêncio era total.

         Os expectadores não sabiam se o ataque era real ou não, e só respiravam aliviados, quando Meryl erguia-se, resmungando, disse Christopher Durang, que escrevera a peça, com Albert Innaurato. "Tom Haas achava que, às vezes, Meryl ofuscava os outros atores e os levava a um excesso de comedimento, em cena."
        O comentário de Haas assustou Meryl, levando-se em conta que, no primeiro semestre, ele havia dito que ela escondia o jogo, com "medo de entrar em conflito com os colegas". "Havia alguma coisa de verdade nisto tudo", constatou Meryl, "mas Haas não tinha nenhum motivo para me alertar abertamente para o fato de eu estar esbanjando meu talento. Tudo o que eu queria era me sair bem, obter o diploma e sair da escola."
        A peça foi um sucesso tão grande que acabou fazendo parte do repertório do Teatro de Yale.
        Depois de ter participado em 7 peças, no último ano da Yale Drame School, produzidas pelo Teatro de Repertório Yale, Meryl obteve seu Master of Fine Arts.
        Isto foi apenas o começo do "fenômeno"...    Vida longa à querida Meryl Streep!

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