Continuação da tradução, da entrevista de Meryl, à revista italiana D Magazine...
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Entrevistadora: Então, o que a torna nervosa, ainda, quando atua?
Meryl: "A única vez em que me sinto nervosa, é quando devo fazer um discurso em público, no meu jeito mesmo. Por exemplo, a noite do Oscar. Não me pergunte sobre o pódio... Sou eu mesma! Posso fazer comício no lugar de Margaret Thatcher... não no meu. Isto é assim, desde que eu era uma garotinha. Não só gostava da aparição, mas de qualquer forma de entretenimento. Eu era uma 'chefe de torcida', apesar de usar aparelho nos dentes e os óculos. Em suma, não era propriamente, uma Jane Mansfield."
E: Foi fácil, para você, o caminho para o Cinema?
Meryl: "O que me ajudou foi a minha experiência teatral. Robert Benton, o diretor de "Kramer vs Kramer", me viu atuando numa peça, "A Memory of Two Mondays", de Artur Miller, na Broadway, e na minissérie Holocausto. Ele avisou a DH, que queria falar comigo. Nós (ela, Meryl) sabíamos e estávamos com medo de prejudicar o outro. Uma atriz inexperiente, como eu era, se sente sempre uma impostora. Após o sucesso daquele filme, vieram "Manhattan" e "Sophie's Choice". Grandes sucessos. Mas havia sempre algo que não andava: não era bonita o bastante, tinha o nariz longo, a face angular, criticavam-me pela tendência a representar personagens não americanas, portanto, com sotaques estrangeiros. Ou porque era muito boa! Depois de "Silkwood", eu já não era torturada pelas pessoas. É um grande alívio, o luxo de ser uma atriz reconhecida."
E: Em breve, a veremos em "August: Osage County", ao lado de Julia Roberts e Juliette Lewis, não é?
Meryl: " Faço uma mulher que fuma como uma turca, é dependente de drogas e doente, com câncer na boca. O filme se passa numa casa, em Oklahoma, com todas as persianas abaixadas, envolta, constantemente, na sombra. É baseado numa peça teatral muito intensa, de Tracy Letts, e foi pedida a dedicação máxima, aos atores. Mas, apesar de toda a sua angústia, ibseniana, direi que há alguma coisa de vital. Termina sendo um hino à vida."
E: Fala-se, frequentemente, de uma sequência de " O Diabo Veste Prada". Mas você fará? Você será?
Meryl: "O simples pensamento me esgota. Para reproduzir, novamente, aquela diabólica Miranda Priestley, deverei meter-me, de novo, numa dieta e fazer exercícios físicos. A ideia já me transmite uma sensação de exaustão. Na verdade, talvez façamos, mas prefiro não pensar muito! É mais fácil interpretar uma velha com Alzheimer, se você, realmente, gostaria de saber!
Fonte: D Magazine - Itália - 22/09/2012
"Meryl per sempre"
por Silvia Bizio
(continua)
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