Meryl Streep, sim ou não?

                                                                                  

         Vivo dividida entre dois impasses. São duas situações díspares: uma, que me atrai muito, e outra, que me assusta, me acovarda... e me afasta - oh, Deus... eu escuto a voz de Meryl, dentro de mim: "Se você dá voz aos seus medos, eles podem se tornar realidade." Eu sei. Ela está coberta de razão. Covardia nunca foi o meu forte: sempre fui guerreira, de natureza. Sempre lutei pelos meus ideais, pelos meus sonhos, planos, desejos, amor... e pela justiça. Algumas vezes ganhei, outras perdi: a Vida é assim mesmo, ganhos e perdas. Não se pode ganhar sempre. Mas não me arrependo de nada. O Tempo passa, a Vida vai lhe burilando. Você vai desenvolvendo alguma sabedoria, através da experiência adquirida com as vitórias e, especialmente, com as derrotas. É irônico mas é, efetivamente, real. E você tem que manter seus pés no chão. Aí, quando tem a sorte de ultrapassar meio século, de vida, olha para trás, em busca da jovem que você foi, um dia, e percebe que ela está muito distante, perdendo a forma e a cor, quase invisível. E muitas coisas que queria, com  que sonhava, pelas quais lutava, já não têm mais a importância que tinham naquela época. Você até acha graça, quando se recorda. A Vida educa... mas deixa marcas. E, apesar de você saber, hoje, muito mais do que sabia, sente-se insegura, já não é tão valente, quanto era.

                                                                  
           Pois é: eu ainda tenho um sonho, muito bonito! O que dói é que estou perdendo tempo! Tenho uma vontade enorme de conhecer a Meryl... e o Tempo está passando, implacável. Ser Humano mais lindo! Bondosa, muito bondosa, inteligente, espirituosa, de uma alegria quase infantil, não se importando de fazer todo mundo rir, a sua volta! E aquele Talento infinito, inigualável, insuperável! Milagroso! Mágico!... Quero muito conhecê-la, em pessoa!

                                                                       
           Na verdade, eu a conheço, tenho por ela admiração e respeito, por ser Tudo que é. Mas ela não me conhece, nunca me viu nem ouviu falar de mim! Não me deve nada. Eu só quero olhar para ela, ver aquele sorriso tão lindo, ouvir a sua voz... É provável que eu não diga nada. O momento será tão solene que eu só poderei me permitir um silêncio de ouro. E, se por alguma razão, qualquer coisa não der certo, vou ficar muito triste por perder a oportunidade. Não costumo abrir mão dos meus sonhos e, conhecê-la, é completamente especial.

                                                                                        
         Este é o impasse: sigo em frente ou deixo as coisas como estão? Até aqui estou muito feliz... Meryl é só felicidade! E se eu ficar triste? A culpa será minha, por ter feito a escolha errada. Meryl é inocente e sempre será. Preciso pensar e decidir... rapidamente. O Tempo não pára... E eu a escuto, dentro de mim: "Se você dá voz aos seus medos, eles podem se tornar realidade." Oh, Céus, tenho que avaliar tudo e, enquanto isso... Deus abençoe a minha querida Meryl.