Meryl Baby

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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Meryl Streep: a beleza do subtexto

          Meryl é um caso impressionante de raridade humana!... Quanto mais pesquiso, quanto mais navego em seu passado, mais evidências encontro sobre a sua maravilha!
          Há poucos dias achei, casualmente, outra prova de sua mágica excepcionalidade, aquela marca  registrada do seu insofismável talento: o subtexto. São as expressões faciais com as quais Meryl "fala", sem emitir um único som. Recordo-me do comentário de P. Lloyd, que dirigiu Meryl em "Mamma Mia!" e, recentemente, em "The Iron Lady"... "Meryl é uma mega-estrela e trabalha com subtexto."  Pois bem, foi exatamente isto que selecionei para apresentar hoje, no meu blog, que é, na verdade, mais de Meryl do que meu. 
          Tenho algumas (várias) cenas, de seus filmes, que considero perfeitas. A imensa carga de emoção com que interpreta os mais profundos sentimentos de suas personagens, transporta Meryl para dentro delas e a devolve, ao mundo, impregnada de suas realidades. Nesse momento, o subtexto, estampado no seu rosto, mostra tudo o que se passa, em seu-íntimo-delas. 
          É maravilhoso observar as infinitas transformações de sua fisionomia: o impacto do susto e a incompreensão do que está se passando; a compreensão, seguida da reação àquela; as rápidas e progressivas mudanças dos sentimentos, consequentes ao impacto, já dominado... é impressionante a capacidade operacional, da forte carga de emoção que circula nas veias de Meryl! É lindo acompanhar, bem devagar, o perfeito caminho deste processo todo. Vejamos, em 5 etapas, a sua interpretação.
                                                                                                                  
           Observe como Meryl sente e reage ao impacto, de forma crescente e contínua, em frações de segundo. Repare que ela olha para os olhos do ator (Charles Dance) e para sua boca, de onde vêm  aquelas palavras que a agridem; seus olhos vão se enchendo de lágrimas, desde o impacto do susto, até a conscientização de que a ele só importa  a sua própria razão. Os belos olhos de Meryl gritam tristeza, mágoa e revolta.  
           "Plenty - a Vida de uma Mulher" é de 1985. Há 26 anos atrás, Meryl interpretou Suzanne Traherne, já com a mesma pujança com que vem se mantendo perfeita, completa e sempre melhor. Não sei como a perfeição consegue superar-se, a si mesma. Mas Meryl consegue.  E, à proporção que vá prosseguindo, com sua carreira , ela só acrescentará mais à sublime, insuperável Meryl Streep!...  Que os anjos digam amém...
                                                                

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