Meryl Baby

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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Meryl Streep: envolvente atuação

            Roteiros românticos existem aos montes. Cabe aos atores torná-los reais, humanos. Mas há os convites para atuarem. E os contratos, uma vez assinados, terão que ser cumpridos. Às vezes, os atores mal se conhecem; outras vezes, são amigos.






           Se são quase estranhos,  normalmente, farão as personagens,  profissionalmente, corretas. Se são colegas, bem, a diferença de idades não embarga o projeto...


 
                                                                    
              Se forem amigos... e bonitos... as coisas começam a ficar mais complicadas...
                                     


 ...porque já conhecem suas devidas fragilidades, fraquezas, alguns segredos... podem já ter dito, um ao outro "você é bonita(o), atraente..." Às vezes a admiração é silenciosa e antiga... cada um acompanha os passos do outro, sem que seja percebido... Um dia, se encontram, de repente, frente a frente, num projeto cinematográfico, como o casal amoroso da história: sorriem, riem...e se olham, cada um com os seus mais profundos pensamentos... Começam, então, a se adaptar às emoções das respectivas personagens.
          Vêm os ensaios: uma, duas, dez vezes a mesma cena. Inicialmente, riem dos próprios erros ou porque esquecem as falas... Novos ensaios e "laboratórios"... e vai se formando aquela "química".
           
                                                                    
           No caso de Meryl, ela 'mergulha' dentro da personagem e vai assim, até o final do trabalho. Depois de um tempo, volta à tona. Posso até estar errada: são amigos e tal... mas são irresistíveis... ambos... e independentes, maduros, donos de suas vidas. Controlar não é difícil.  Difícil é  controlar o "querer" que, quase sempre, é muito mais forte que os "não poder" e os "não dever", posso garantir. São atores, tudo está envolvido no contrato. Já definiram seus padrões, não são mais prisioneiros das aparências. Não existe a preocupação com o que "os outros vão pensar, ou dizer"... Há uma vontade contida, que não quer mais se conter e, num ímpeto, se tocam, se abraçam, se beijam. Há uma espécie de explosão... não vão se soltar mais porque o prazer daquele contato é cálido, crescente... e extremamente prazeroso. A atração impele suas personagens... e eles, para tudo.  Elam os arrastam, como uma onda muito forte, que arrebenta na praia e vem, louca, arrebatá-los de onde estão, e levá-los  para bem longe... para onde ninguém mais possa vê-los. E, numa íntima cumplicidade, dá a eles momentos de paz e isolamento. Eles precisam se completar, de solidão. Só assim poderão 'ser'. Sem limites, puros, o que acontecer, se acontecer, será deles, de ninguém mais. Eles, somente, guardarão o grande segredo, que os unirá para sempre, em suas lembranças...
          Mike Nichols, diretor de cinema, disse que todo ator que compõe o casal, com Meryl, termina as filmagens apaixonado por ela. Fato consumado.

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