Sempre li muito. Sempre busquei, sozinha, as informações que desejei. Carrego comigo uma bagagem enorme delas, entre outros conhecimentos, sem contar as experiências da minha vida. Cheguei à conclusão de que o problema das pessoas, que lêem muito, é que adquirem conhecimento bastante para que se analisem, se avaliem, se policiem... se adivinhem, tanto quanto possível. Quanto mais você lê, mais profunda se torna a sua compreensão, com relação as outras pessoas, especialmente às de sua convivência. É como um elo que vai se agrupando aos anteriores, formando uma infinita corrente de solidariedade, de você com os demais.
A leitura é o alimento do espírito. Diferente da alimentação corpórea, ela flui como um líquido, que vai sendo sorvido, gota a gota, à medida de suas necessidades. E ele, o espírito, permite que ela penetre o seu espaço. Ele permanece em busca de uma cultura que lhe permita toda transformação de que precisa, para atingir o seu aprendizado evolutivo. Sempre evolutivo.
Meryl lê muito. Sua deficiência visual jamais foi empecilho para que desenvolvesse, intensamente, o prazer que o hábito de ler lhe proporciona. No seu caso, então, há uma necessidade imperiosa de frequentar outras realidades, diferentes da sua. Ela precisa conhecer outras pessoas, diversificar, cada vez mais, seus conceitos de individualidade, renovar seus estágios de permutação, de idiossincrasia, manter sempre vivo o seu personalismo... E a leitura, de um modo geral, oferece tudo isso, além do prazer, já que gosta tanto... Observe como Meryl lê... Ela mergulha no seu teor, saboreia cada frase, interpreta o texto como se estivesse em cena... É magnífica!
Quanto à poesia, (huuum!...) é melhor ainda, porque desenvolve a sua sensibilidade, liberta a sua emoção, tão indispensáveis à manifestação da empatia, do Amor enorme, inato, com o qual Meryl arrebata tantas pessoas, de todas as partes do mundo. Neste caso, da forma que é, e partindo dela, ler é um ato de Amor.
Hoje é o Dia Nacional do Livro. Parabéns aos leitores nacionais. Gostaria de parabenizar todos os setores relacionados à Educação e à Cultura, mas não posso. O estímulo à leitura, aqui, é só para vender livro, na Bienal. E quem não puder comprar... que fique sem ler.
Muito triste. Talvez no próximo ano, quem sabe?...
Nenhum comentário:
Postar um comentário